História de Alvito

Pacata vila, sede de concelho, situada no Baixo Alentejo, Alvito respira paz de espírito e tranquilidade, por entre o seu casario branco de faixa amarela ou azul, sendo considerada por muitos a vila mais portuguesa do distrito de Beja.

A presença humana nesta região data de longínquos tempos, existindo mesmo vestígios de ocupação desde o neolítico, assim como durante a idade do cobre, a idade do bronze e a idade do ferro.

No século I a vila foi ocupada pelos Romanos, que nos presentearam com as suas construções ainda visíveis, as Villae de S. Romão, de S. Francisco de Malk Abraão. Também os Visigodos e Muçulmanos terão ocupado posteriormente as antigas Villae.

Terá sido ocupada pelos portugueses em 1234 e em 1251 a povoação foi doada a D. Estevão Anes (chanceler-mor do reino) por D. Afonso III e pelos Pestanas de Évora. Em 1279 morre D. Estevão Anes e a vila fica em testamento para a Ordem da Santíssima Trindade. A carta de foral, idêntica à de Santarém, é concedida ao Alvito no dia 1 de Agosto de 1280. A carta de foral terá sido confirmada por D. Dinis em 1283.

Após o Interregno (1383-1385), no ano de 1387, D. João I doa Alvito a D. Diogo Lobo em troca do bom serviço prestado na Batalha de Aljubarrota em 1385 e na conquista de Évora aos castelhanos em 1387. A vila de Alvito pertenceu à mesma família durante todo o período do regime monárquico.

A 24 de Abril de 1475, D. Afonso V concede ao Dr. João Fernandes da Silveira (marido de D. Maria de Sousa Lobo) o título de Barão e Alvito passou a ser o berço da primeira baronia instituida em Portugal. O crescimento demográfico da população da vila tornou-se um ponto favorável para a economia e Alvito passou a ser um dos principais centros político-económicos em todo o Alentejo. Segundo o censo de 1527, a vila de Alvito terá tido nessa altura cerca de 1700 habitantes dispersos por 364 fogos.

Outrora uma importante localidade Alentejana, de franco crescimento durante a Época Moderna, estagnou o seu desenvolvimento a partir do século XVIII, que se prolongou até ao século XX, sendo hoje uma linda vila da planície do Baixo Alentejo, dona de um rico património presente a cada esquina e focada no seu potencal turístico.

A vila como que se desenvolve ao redor do seu bonito Castelo do século XV, onde hoje funciona a Pousada de Alvito. Conhecida como uma vila marcadamente Manuelina, possui nas suas ruas pormenores engraçados que o atestam, como arcos de recorte manuelino, sendo mesmo no Alvito que se pode encontrar a maior concentração de portais manuelinos de todo o baixo Alentejo.

O fervor religioso presente ao longo dos séculos pode ser constatado nas Igrejas de Nossa Senhora da Assunção, de Santo António, na Matriz de Alvito, na Igreja da Misericórdia e nas Capelas de Nossa Senhora das Candeias, de São Bartolomeu, no Convento de São Francisco e no de Nossa Senhora dos Mártires.

Uma das grandes atracções desta vila situa-se por baixo da Praça do Rossio: as chamadas Grutas do Alvito, um conjunto de galerias subterrâneas resultantes da exploração de pedra desde o século XII.

Bem perto do Alvito, é digno de registo o Palácio de Água de Peixes, um edifício medieval, cuja construção remonta ao século XII.

A vila alentejana mantém na actualidade todo o encanto de outrora, sobretudo através do seu Património Arquitectónico ou paisagístico.